Como é que a privacidade também favorece a indústria do marketing
Há uns anos o RGPD, agora as novas atualizações para o iOS 14.5, e no futuro o desaparecimento anunciado dos cookies de terceiros. O movimento privacy-first chegou. A perceção da importância da privacidade digital chega ao consumidor médio, e está para ficar. Isso reflecte-se tanto nas suas opiniões, como na legislação que vai sendo criada e até no posicionamento e planeamento das empresas.
A Apple assume a privacidade como uma das suas principais propostas de valor, já reconhecendo e também antevendo a sua crescente importância na escolha do consumidor. O Facebook no F8 2019 anunciou um plano orientado para a privacidade. A Google já tem vários projetos como a FLoC, uma tecnologia que se prevê que substitua os cookies de terceiros.
Contudo, esta evolução é não só algo positivo para os consumidores mas também é para o marketing em geral.
Como é que a privacidade é boa para a indústria?
Criando uma situação win-win para o consumidor e para as marcas.
Há 3 fatores a ter em mente nesta situação:
- Consumidores querem que os seus dados estejam protegidos por regulamentação.
- Desejam o controlo sobre o consentimento da partilha dos dados.
- Entendem o valor que essa partilha traz na forma de serviços grátis e experiencias personalizadas.
No fundo, apenas querem estar em controlo da sua privacidade e ter acesso à personalização da oferta. Será que não conseguimos oferecer ambas as opções? Para ter sucesso nesta transição acredito que temos de realinhar os objetivos dos consumidores com os das empresas.
Para alinhar esses objetivos há que compreender que uma audiência converte mais do que clientes. Todas as marcas têm clientes, mas as boas marcas têm uma audiência. Uma audiência são fãs que seguem atentamente a comunicação da tua marca porque lhes acrescenta valor. Conteúdo informativo, educacional, entretenimento, comunidade, etc. Esses fãs comprarão qualquer coisa que queiras vender. Eles oferecem a sua atenção, ao invés dos clientes, no qual precisas de pagar para ter essa atenção. Essa ligação entre a audiência e a marca é obtida com consentimento assim que cries boas experiências (conteúdo) e com a transparência de como serão utilizados os dados fornecidos. A confiança requer transparência.
O resultado é a obtenção do direito a conversas extensas com potenciais clientes.
Utilizadores que concordem com essa conexão, em oposição à perseguição de pessoas que podem ou não estar interessadas nos nossos bens e serviços, certamente levarão a desfechos positivos aos teus negócios. Portanto, como consequências do privacy-first temos mais privacidade para todos, mais qualidade de conteúdos para os consumidores e conversas mais valiosas e lucrativas para as empresas.
Aventuraremo-nos no novo mundo do marketing de confiança ganha e experiências de alta qualidade.